Recentemente, em nosso especial sobre a Manipulação dos Resultados no Futebol Brasileiro, falamos sobre a criação de uma liga única no futebol brasileiro. As conversas seguem um ritmo controverso: às vezes uma das ligas existentes concorda com algo, a outra discorda e assim vai.
Entretanto, tanto a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) quanto a Liga Forte União (LFU) estão otimistas sobre um acordo para a realização de uma liga única no Brasil a partir de 2025. A ideia de uma liga de futebol brasileira surgiu como uma evolução natural do Campeonato Brasileiro, que foi organizado pela primeira vez em 1971 pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol.
Quem são a Libra e a LFU?
A Liga Brasileira de Futebol (Libra), que tem como principal investidor o fundo Mubadala dos Emirados Árabes Unidos e é assessorada pelo BTG, é uma organização que representa 19 clubes de futebol, incluindo nove da Série A com as maiores torcidas, como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras. A Libra foi fundada com o objetivo de organizar e comercializar seu próprio campeonato, buscando potencializar a fonte de receitas dos clubes, principalmente com o advento de um parceiro forte.
Clubes da Libra: Atlético-MG, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
Por outro lado, a Liga Forte União (LFU) – antes LFF (Liga Forte Futebol do Brasil), que tem a Life Capital Partners como investidora e a XP na estratégia financeira, é uma liga formada por 26 clubes de menor expressão. A LFU foi criada após divergências de alguns times em relação à proposta apresentada pela Libra e busca fortalecer o cenário do futebol brasileiro e nivelar as receitas das equipes que participam da competição.
Clubes da LFU: Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco ,ABC, Athletico-PR, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.
Andamento da Criação da Liga
A criação da liga está em andamento, com várias reuniões ocorrendo entre os clubes e as entidades envolvidas. Em uma reunião em São Paulo, seis clubes da Série A assinaram um documento que prevê a criação de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro. Os clubes que assinaram o documento foram Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo.
Data de Início da Liga
A previsão é que a nova liga comece em 2025. O presidente da Federação Paulista afirmou que os contratos assinados até 2024 serão cumpridos e o novo Brasileirão nascerá em 2025 com a organização da nova Liga do Futebol Brasileiro.
Expectativas Sobre a Liga
A criação da liga é vista com otimismo pelos dirigentes dos clubes. A expectativa é que a liga possa trazer mais profissionalismo ao futebol brasileiro, permitindo aos clubes negociarem seus direitos, projetar os campeonatos e deliberar sobre premiações. No entanto, alguns acreditam que é ilusão acreditar que haverá um salto de patamar exponencial da Série A como se previa inicialmente.
Benefícios da Liga
A liga é vista como um passo fundamental para a maior autonomia das entidades participantes do futebol brasileiro. Ela tem potencial para beneficiar os torcedores, pois os clubes mais ricos podem montar times melhores, melhorando o espetáculo. Além disso, a liga pode trazer uma maior valorização do produto futebol, o que afetará toda coletividade envolvida, gerando mais empregos, tanto diretos, como indiretos.
Desafios da Liga
O futebol brasileiro enfrenta desafios para identificar e desenvolver jovens talentos, e a concorrência com outras ligas internacionais tem aumentado. Além disso, a divisão atual entre Libra e LFU é uma preocupação para os dirigentes. Outro desafio é a tecnologia e inovação no futebol. O Brasil ainda está atrás de outros países em termos de adoção de tecnologias como análise de dados e inteligência artificial.
Impacto da Liga no Futebol Brasileiro
A liga tem o potencial de trazer um maior profissionalismo ao desporto, permitindo aos clubes negociar seus direitos, projetar os campeonatos e deliberar sobre premiações. Além disso, uma marca forte, com o prestígio do futebol brasileiro, poderia se tornar internacional e gerar novas receitas para os clubes. O futebol brasileiro movimentou R$ 52.9 bilhões em 2018, o que equivale a 0,72% de impacto no PIB. Com a criação da liga, espera-se que esse valor aumente significativamente.
Opinião e Conclusão sobre a Liga
A constituição de dois ou três grupos comerciais impede, por enquanto, a criação de uma liga única. Atualmente, o objetivo de cada grupo é apresentar seus respectivos pacotes ao mercado e valorizar os direitos de transmissão através de uma negociação semi-centralizada.
Este é, sem dúvida, um progresso em relação à situação atual, onde cada clube negocia individualmente. No entanto, há um consenso de que a formação de uma liga e a venda centralizada dos direitos de todos os clubes poderiam valorizar ainda mais o produto “Brasileirão”.
Além da venda centralizada dos direitos de transmissão e outras propriedades, a liga seria encarregada de organizar o campeonato e seu calendário, gerenciar a arbitragem e, possivelmente, implementar um sistema de fair play financeiro para garantir a saúde financeira dos clubes.
É possível que os grupos negociem os direitos separadamente nos próximos meses e depois se unam para formar a liga? Sim, mas é pouco provável. Além do acordo entre os clubes, este cenário exigiria um entendimento entre os investidores de cada lado.