O mundo das apostas esportivas e o Brasileirão se entrelaçam cada vez mais, uma tendência mundial que mencionamos anteriormente aqui no Sorteador Apostas. Atualmente, as casas de apostas dominam o cenário futebolístico brasileiro, investindo pesado em patrocínios aos principais times, num montante que já ultrapassa R$ 500 milhões – atualmente 68% dos patrocínios dos clubes vêm das Bets. Recentemente também elencamos os impactos previstos: com a regulamentação do setor em vias de ser finalizada, espera-se um cenário mais equilibrado, com menos empresas e valores mais justos.
Domínio das Casas de Apostas nos Patrocinios
Dos 20 clubes da Série A, apenas 3 não ostentam a marca de uma casa de apostas na camisa: Corinthians, Palmeiras e Cuiabá. Essa realidade deve mudar em breve, com a iminente assinatura do acordo entre o Timão e a Parimatch, que já patrocina o Botafogo. Como não deixamos nada passar, vocês se lembram quando contamos que a VaideBet rompeu o contrato com o Corinthians, né?! Segundo levantamento do Estadão, os investimentos anuais das plataformas de apostas nos 17 clubes parceiros chegam a R$ 497,5 milhões.
O Esportes da Sorte se destaca como a principal patrocinadora, com presença em 3 times: Athletico-PR, Bahia e Grêmio. A empresa também marca presença no Palmeiras, mas no time feminino, além de placas de publicidade, LEDs e backdrops no Allianz Parque. A marca busca expandir sua parceria para o time masculino a partir de 2025.
Quanto as casas de apostas pagaram aos times?
- Flamengo – Pixbet – R$ 105 milhões
- Vasco – Betfair – R$ 70 milhões
- Fluminense – Superbet – R$ 52 milhões
- São Paulo – Superbet – R$ 52 milhões
- Botafogo – Parimatch – R$ 27,5 milhões
- Cruzeiro – Betfair – R$ 25 milhões
- Grêmio – Esportes da Sorte – R$ 25 milhões
- Internacional – EstrelaBet – R$ 24 milhões
- Fortaleza – Novibet – R$ 20 milhões
- Bahia – Esportes da Sorte – R$ 19 milhões
- Atlético-MG – Betano – R$ 18 milhões
- Athletico-PR – Esportes da Sorte – R$ 16,5 milhões
- Juventude – Stake – R$ 15 milhões
- Atlético-GO – Blaze – R$ 14 milhões
- Criciúma – EstrelaBet – R$ 6 milhões
- Bragantino – mrJack.bet – R$ 5 milhões
- Vitória – Betsat – R$ 3,6 milhões
Visibilidade e Aproximação com a Torcida: Motivações por Trás dos Investimentos
Para Sofia Aldin, diretora de marketing do Grupo Esportes da Sorte, a visibilidade e o engajamento proporcionados pelo futebol são os principais atrativos para os investimentos: “É inegável a visibilidade que o futebol e os grandes campeonatos trazem para uma marca.” Ela ressalta que as parcerias são feitas com times que se “alinham completamente” à empresa.
Vinícius Nogueira, CEO da BETesporte, corrobora essa visão, enfatizando que o objetivo vai além do retorno financeiro: “Acreditamos que seja um meio de nos aproximarmos daquela torcida, comunidade e região. Pensamos sempre em ações de marketing que fortaleçam nossa marca e despertem uma sensação de identificação e reconhecimento nas pessoas.”
Inflação e Regulamentação: Mudanças no Panorama das Apostas
O aumento expressivo dos valores dos contratos, como o recorde de R$ 360 milhões pago pela Vai de Bet ao Corinthians, levou algumas casas de apostas a repensarem seus investimentos na Série A. Esse cenário, no entanto, deve se modificar com a regulamentação do setor, prevista para 2025.
Marcos Sabiá, CEO do galera.bet, acredita que a regulamentação trará mais clareza e segurança ao mercado, atraindo novos investimentos: “Há casas de apostas que pensam em voltar a investir nos principais clubes do país quando a regulamentação do setor for colocada em prática.” Ele aponta para a grande quantidade de empresas ávidas por uma fatia da atenção do público do futebol.
Menos Empresas, Mais Responsabilidade: O Futuro do Setor
A regulamentação visa estabelecer critérios de tributação, normas para exploração comercial das apostas, definir a destinação da receita arrecadada e aplicar sanções. Entre as exigências para as casas de apostas operarem no Brasil, estão ter sede no país e pagar uma outorga de até R$ 30 milhões.
Especialistas e empresas do setor preveem que a regulamentação resultará na redução do número de casas de apostas, com consequente impacto nos valores dos patrocínios. Anderson Nunes, diretor de negócios da Casa de Apostas, empresa que dá nome à Arena Fonte Nova e Arena das Dunas, resume a expectativa: “Percebemos que as camisas dos clubes valorizaram bastante nos últimos anos. Também fará sentido se, após a regulamentação, esses valores passarem por novas acomodações.”
Engajamento da Torcida com Apostas é o Desejado
O investimento massivo das casas de apostas no Brasileirão demonstra a força do mercado de apostas esportivas no Brasil. Com a regulamentação em vista, espera-se um futuro mais equilibrado e sustentável para o setor, com menos empresas, mais responsabilidade e valores mais justos para os clubes e para o esporte como um todo. A busca por visibilidade e engajamento com a torcida seguirá sendo um dos principais motivadores para os investimentos, mas de forma mais ordenada e transparente.