Olá Apostadores! Recentemente liberamos o nosso guia do Carnaval 2024 para apostadores! E agora é hora de vocês conferirem como foi o desfile do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro!
Desfilaram na primeira noite, domingo, 11 de fevereiro:
- 22h – Porto da Pedra
- 23h15 – Beija-Flor
- 00h30 – Salgueiro
- 01h45 – Grande Rio
- 03h – Unidos da Tijuca
- 04h15 – Imperatriz
Desfilaram na segunda noite, segunda-feira, 12 de fevereiro:
- 22h – Mocidade
- 23h15: Portela
- 00h30 – Vila Isabel
- 01:45 – Mangueira
- 03h – Paraíso do Tuiuti
- 04h15 – Viradouro
Recapitulando, no Rio de Janeiro, de acordo com o nosso guia:
– A análise da Betfair aponta como a favorita para conquistar a edição de 2024, a Unidos de Viradouro, com 17% de chance, seguidas por Imperatriz Leopoldinense e Mangueira que estão em segundo lugar, ambas com 14%!
– Que a previsão de chuva no Rio de Janeiro estava em 15%! Porém, não houve chuva, nem no primeiro dia de desfiles, nem no segundo dia de desfiles. Ou seja, a chuva não foi um determinante nestes dias! Já tirem essa variante dos cálculos de vocês!
E vamos ao que interessa! Contar como foram estes desfiles para vocês! Pesquisamos algumas notícias e fizemos um “resuminho” para que você possa embasar melhor as suas apostas!
Primeira Noite
Unidos da Porto da Pedra
A escola de samba Unidos da Porto da Pedra fez seu retorno ao grupo especial este ano, após uma ausência de 11 anos na divisão de acesso. Atualmente, a escola detém o título de campeã da Série Ouro.
Com um enredo baseado no livro “Lunário Perpétuo”, de autoria do espanhol Jerónimo Cortés, a Porto da Pedra desfilou na Sapucaí. O Lunário é famoso por seus conselhos e previsões que moldaram a cultura do Nordeste. O desfile homenageou a memória e o legado dos povos indígenas e africanos, enfatizando a sabedoria popular nordestina.
Infelizmente, durante o desfile, uma mulher foi atingida por um carro alegórico enquanto este fazia a curva da Avenida Presidente Vargas para entrar na Sapucaí, resultando em sua necessidade de atendimento médico. O incidente ocorreu quando o carro alegórico arrastou parte de uma grade de proteção.
Para continuar o desfile na Sapucaí, foi necessário remover uma parte do carro alegórico. Isso resultou em uma interrupção que causou um espaço vazio no desfile.
Outro incidente ocorreu logo no início, quando um carro abre-alas danificou uma parte em frente aos jurados. Isso com certeza terá reflexo nas notas.
Apesar dos contratempos, houve momentos de destaque. Uma dançarina circense, por exemplo, desfilou na comissão de frente, suspensa no ar apenas por um gancho preso ao seu cabelo, flutuando pela avenida. Essa é uma técnica conhecida como suspensão capilar. Outro destaque foram as alegorias com holografias.
Beija-Flor de Nilópolis
A Beija-Flor de Nilópolis, segunda escola a desfilar na Sapucaí, apresentou o enredo “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”. O tema abordou as festividades de Palmares, com suas raízes nas culturas africanas e indígenas, culminando na figura do engraxate-folião Benedito dos Santos. Santos, que adotou o nome Rás Gonguila, se autoproclamou um descendente direto do último imperador da Etiópia, e foi coroado pela Beija-Flor como “imperador do Carnaval de Maceió”.
Política: Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, desfilou na vanguarda da Beija-Flor. Lira é natural de Maceió, cidade que patrocinou o enredo da escola.
Durante o desfile, ocorreu um incidente com o terceiro carro alegórico, que colidiu com o portão de entrada da Sapucaí, resultando em danos a duas estruturas de beija-flores, o que, com certeza foi notado pelos jurados.
No entanto, o último carro trouxe um ponto alto: o público se encantou com bolhas de sabão produzidas com quatro litros de hidrogênio, misturados com fumaça e sabão. As bolhas, mais resistentes, alcançavam as arquibancadas, estouravam ao tocar o público e liberavam fumaça ao se desfazerem. Para garantir que as bolhas chegassem ao público nos setores mais altos, foram instalados quatro ventiladores.
Por 48 anos consecutivos, o cantor Neguinho da Beija-flor encantou a todos com sua interpretação do samba da escola, que este ano fez uma homenagem ao carnaval de Alagoas.
A comissão de frente da escola se destacou ao apresentar dez de seus integrantes em uma formação que lembrava um pião humano. Um dos momentos mais emocionantes para o público foi quando as luzes do sambódromo piscaram em harmonia com o ritmo da bateria da escola durante o refrão do samba.
Acadêmicos do Salgueiro
O desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que em 2023 ficou em sétimo lugar, foi inspirado no livro “A queda do céu – palavras de um xamã yanomami”, escrito por Davi Kopenawa e Bruce Albert. A escola deu destaque à cultura yanomami, defendendo a proteção da terra e dos povos indígenas, com o enredo “Hutukara” – que na língua yanomami significa “o céu original a partir do qual a terra foi formada”.
No último carro alegórico, 13 líderes indígenas marcaram presença. Alessandra Soares, esposa do jornalista Dom Philips, que foi morto em 2022 durante uma expedição no Vale do Javari (Amazonas) junto ao indigenista Bruno Pereira, também participou do desfile.
Este foi o primeiro Carnaval da escola sem a presença do intérprete Quinho, que faleceu em janeiro deste ano. O desfile da escola, conhecida por suas cores vermelha e branca, foi dedicado a ele, como ressaltou Emerson Dias, o atual intérprete da escola. Ele iniciou o aquecimento com o icônico grito de guerra de seu ex-parceiro: “Pimba, pimba. Ai que lindo, que lindo”.
Grande Rio
A Grande Rio, quarta escola a desfilar na Sapucaí, deu destaque à figura da onça. O enredo foi baseado no mito tupinambá presente no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa. A obra aborda a formação do povo brasileiro, apresentando um mosaico de histórias das nações indígenas do Brasil.
Um dos pontos altos da escola foi uma imponente onça feita de led. Segundo o coreógrafo Hélio Bejane, da comissão de frente, em entrevista ao O Globo, a estrutura foi tecida à mão. O carro alegórico que transportava a onça tinha oito metros de altura.
Para o público, a Grande Rio distribuiu 55 mil pulseiras luminosas. Esses acessórios, controlados remotamente, acendem e mudam de cor em sincronia, proporcionando um espetáculo de cores nas arquibancadas, o que lembrou muito de algo parecido feito pela Banda Coldplay em sua última turnê.
Como rainha de bateria da escola, Paolla Oliveira personificou o animal para simbolizar a força e o poder de todas as mulheres brasileiras. A parte da cabeça do traje da atriz chamava a atenção ao se mover, transformando-se em uma máscara sofisticada que a fazia parecer o animal, completo com olhos brilhantes.
Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca, que foi a penúltima escola a desfilar no primeiro dia de apresentações, combinou o fado com o samba em seu enredo intitulado “O conto de fados”. A escola percorreu a avenida cantando histórias de Portugal sob uma nova luz, explorando suas fábulas, lendas e mitos, além dos contos gregos, “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero.
A apresentação abordou as viagens marítimas portuguesas, tomando como ponto de partida “Os Lusíadas”, a obra-prima de Luís de Camões.
Um dos momentos mais marcantes foi protagonizado pela dupla Lucinha Nobre, porta-bandeira que retornou à escola este ano, e Matheus André, mestre-sala. Durante o desfile, eles executaram um passo de Vira, uma dança tradicional portuguesa.
Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense, campeã do carnaval carioca de 2023, apresentou o enredo “Com a sorte virada para a Lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”. A temática se baseou na cultura cigana, explorando seus aspectos lúdicos, seja na música ou na dança. A inspiração veio da personagem Cigana Esmeralda, criada pelo cordelista Leandro Gomes de Barros.
Um dos carros alegóricos exibia animais do jogo do bicho, como jacaré, cachorro, tigre e águia, fazendo alusão aos sonhos.
Dentre os destaques, a escola surpreendeu com cinco balões de gás hélio, um dos quais elevou uma bailarina a cerca de 10 metros do chão.
Outro ponto de interesse foi a primeira ala, que contou com a presença de dezenas de ciganos, incluindo mulheres em pernas de pau.
Um ponto alto foi a bateria que incorporou alguns ritmos do samba de roda e fez algumas pausas durante o refrão, permitindo que os membros da escola e o público cantassem o samba.
Segunda Noite
(Leia em nosso Guia para o Carnaval 2024 sobre o reflexo da segunda noite nos desfiles… É interessante levar esta variante em conta ao apostar! Vai lá!)
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel, que quase foi rebaixada no ano passado, teve a honra de abrir a segunda noite de desfiles na Sapucaí este ano e apresentou o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”.
O tema escolhido vai contra a tendência de sambas mais complexos que têm sido apresentados na Sapucaí, especialmente desde 2016. De acordo com o carnavalesco Marcus Ferreira, o enredo aborda a história do Brasil.
A comissão de frente realizou uma encenação divertida com a banana dando lugar ao caju, e chamou a atenção ao “teletransportar” uma dançarina da passarela para o centro das arquibancadas. A escola também apresentou uma ala inteiramente composta por homens gays, que executavam uma coreografia com leques.
Atenção! A Mocidade enfrentou alguns desafios, como problemas com o carro abre-alas. Os integrantes tiveram dificuldades para desacoplar a alegoria, o que exigiu que algumas peças fossem cortadas. Algumas alas tiveram que parar enquanto o problema era resolvido. Quando finalmente foi solucionado, o público comemorou.
A bateria foi um destaque! Animou a todos com extensas pausas, os paradões, permitindo que o público e os integrantes da escola se focassem no samba. Fez uma grande diferença!
Portela
A Portela escolheu “Um defeito de cor” como seu enredo, ressaltando a força da mulher negra e a relevância do carinho e da ancestralidade feminina. Além disso, a escola prestou uma homenagem ao romance homônimo de Ana Maria Gonçalves (que esteve como destaque em um dos carros). Este romance se baseia na “carta de Kehinde” (Luiza Mahin).
Atenção! A escola enfrentou alguns desafios. O carro abre-alas da Portela teve problemas durante a concentração e entrou na avenida danificado. Foi necessário remover parte do acabamento. O segundo carro alegórico entrou com as luzes desligadas. Ainda durante o desfile, outro carro alegórico que enfrentou dificuldades foi o que simbolizava o cortejo à rainha do Brasil (4ª alegoria). Ele entrou na avenida com algumas de suas partes danificadas.
A Portela prestou homenagem a dezesseis mães de vítimas de violência no Rio, incluindo Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em março de 2018. Elas desfilaram em um carro alegórico decorado com borboletas, cada uma carregando um objeto que simbolizava seu filho.
Unidos de Vila Isabel
A Unidos de Vila Isabel, que ficou em terceiro lugar no ano passado, apresentou o enredo “Gbalá — Viagem ao Templo da Criação”, inspirado na obra que conta as histórias dos yorubás (que deram origem às religiões de matriz africana no Brasil), desde a criação da Terra. Este enredo é uma reedição do que foi apresentado em 1993.
A escola procurou lembrar o potencial destrutivo do ser humano, mas também a possibilidade de redenção através das crianças, símbolos universais de esperança. Com isso, a Vila Isabel enfatizou a importância da responsabilidade com o planeta e com as futuras gerações.
A comissão de frente focou nas crianças, com um elenco infantil composto por oito integrantes, em uma ala que narra a história do mundo criado pelo orixá Oxalá.
Um dos pontos altos foi o traje do casal de mestre-sala e porta-bandeira. A coreógrafa do casal, Ana Formighieri, revelou que as vestimentas, juntas, possuem cerca de quatro mil pixels de led. No entanto, durante o desfile, a calça do mestre-sala infelizmente não acendeu.
Outro elemento que se destacou foi um carro alegórico que reproduzia detalhadamente a anatomia do corpo humano, simbolizando a criação do homem.
Um ponto alto foi a alegoria que exibia plantas reais e simbolizava a Mãe Natureza criou um efeito intrigante em meio a um desfile repleto de cores e luzes, incluindo corações pulsantes nas cabeças dos ritmistas da bateria. Martinho da Vila, autor do samba e presidente de honra da escola, marcou presença no último carro alegórico, assumindo o papel de grande sacerdote.
Estação Primeira de Mangueira
A Estação Primeira de Mangueira prestou uma grande homenagem à cantora Alcione com o enredo “A negra voz do amanhã”. Em 2024, a artista celebra 50 anos de carreira. Ela se tornou um ícone feminino no Brasil, dedicando-se à defesa da diversidade religiosa e do respeito. O enredo destacou o papel de Alcione na formação de novos talentos, além de abordar as crenças familiares da artista, sua conexão com as manifestações culturais do Maranhão e sua jornada para realizar o sonho de ser cantora no Rio de Janeiro.
Um dos pontos altos foi a comissão de frente da escola. Um efeito especial fez com que os dançarinos do carro alegórico parecessem desafiar a gravidade: seus sapatos estavam presos a uma base rotativa, permitindo que se inclinassem sem cair.
Após uma comissão de frente que narrou um trecho da trajetória da artista o desfile trouxe várias celebridades para a Sapucaí. Maria Bethânia foi a primeira delas, aparecendo logo na alegoria que pedia passagem.
O quarto carro alegórico contou com a presença de vários amigos da homenageada, incluindo Taís Araújo, Regina Casé e atrizes que representaram Alcione em um musical teatral. A última alegoria foi protagonizada pela cantora, que ostentava uma coroa na cabeça.
No entanto, houve alguns problemas. Um deles ocorreu com a escultura que representava Alcione. Um aderecista passou o desfile segurando a cabeça da estrutura.
Durante o desfile, uma mulher caiu do último carro e outra ficou pendurada, mas foi resgatada por um socorrista. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, ambas foram levadas para atendimento hospitalar, estando clinicamente estáveis, lúcidas e orientadas.
Paraíso do Tuiuti
A penúltima escola a se apresentar escolheu como tema “Glória ao Almirante Negro!”, inspirado na trajetória de João Cândido Felisberto. Ele se destacou por liderar um movimento de militares da Marinha contra os castigos físicos que persistiam nos navios mesmo após o fim da escravidão – “A Revolta da Chibata”.
A escola retratou diferentes etapas da vida do personagem histórico, desde sua infância até sua ascensão como marinheiro e a subsequente traição. João Cândido liderou a Revolta da Chibata, um movimento de marinheiros insatisfeitos com as condições de trabalho, os maus-tratos e a remuneração indigna. Apesar do sucesso inicial da revolta, o presidente não cumpriu o acordo estabelecido, resultando em prisões e exílios. João Cândido foi injustamente rotulado como louco. Através de sua história, a Tuiuti destacou a luta contra as injustiças.
O último carro alegórico da escola foi adornado com bandeiras que traziam títulos de casos recentes de racismo contra homens negros. Um desses casos foi o de João Alberto Silveira, que foi vítima de um crime em um hipermercado de Porto Alegre em 2020.
Um dos momentos mais marcantes do desfile foi a participação do entregador Max Ângelo dos Santos, que foi chicoteado por uma moradora de São Conrado, na Zona Sul do Rio, em abril de 2023. Ele foi convidado pela escola para representar o personagem principal do enredo.
A última alegoria da escola trouxe à memória outros incidentes recentes de racismo no país, com frases sobre os casos inscritas em suas velas. Entre eles, estavam “Jovem negro de 17 anos chicoteado por furtar chocolate” e “Jovem negro sofre racismo em mercado na zona norte”.
Mayara Lima liderou a bateria, que estava vestida de vermelho, simbolizando o sangue dos marinheiros.
Apesar de um carro ter ficado preso durante a dispersão, isso não interferiu na saída da escola, que, assim como todas as outras escolas da noite, concluiu o desfile dentro do tempo previsto.
Unidos do Viradouro
A Unidos do Viradouro, atual vice-campeã do Carnaval do Rio, teve a honra de encerrar os desfiles do Grupo Especial este ano. O enredo da escola foi baseado nas crenças voduns (termo usado para se referir a divindades ou forças invisíveis do mundo espiritual) dos povos africanos que habitavam a Costa da Mina, região que hoje compreende Gana, Togo, Benim e Nigéria. O enredo foi intitulado “Arroboboi, Dangbé!”, em alusão à serpente sagrada que engole a própria cauda para manter o equilíbrio.
Um dos pontos altos foi a comissão de frente, que apresentou uma grande serpente que emergia entre os dançarinos e deslizava pela avenida. O terceiro carro alegórico simbolizava proteção mística e lealdade, e foi construído com sucata.
A bateria, sob a liderança do Mestre Ciça e representando a Revolta dos Malês, incorporou o som dos atabaques em seu ritmo. Pelo terceiro ano seguido, Erika Januza desfilou à frente dos percussionistas.
O uso de material refletivo também chamou a atenção no desfile. Foram utilizados 200 metros dos chamados “olhos de gato”, que refletem a luz e são comumente usados em placas e uniformes de garis.
A escola começou seu desfile ainda durante a madrugada, com alegorias que resplandeciam na escuridão. A segunda parte da apresentação ocorreu ao amanhecer.
A Viradouro concluiu as performances do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
A apuração dos desfiles organizados pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. (LIESA) ocorre na quarta-feira, 14, a partir das 16h. Não perca!