A CPI das apostas continua dando “pano pra manga”. Após a definição dos integrantes e início dos trabalhos, o empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, foi um dos primeiros a depor – o que culminou com a ameaça do Senador Kajuru em paralisar o Brasileirão!
Em recente encontro da Comissão Parlamentar de Inquérito das Apostas Esportivas, Júlio Avelar, diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol, refutou alegações de influência indevida no confronto entre Bahia e Grêmio, que culminou com a vitória do primeiro por um gol a zero.
O episódio em destaque na CPI ocorreu no Estádio da Fonte Nova, e além de Avelar, Eduardo Gussem, oficial de integridade da CBF, também prestou depoimento.
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, ordenou a retirada dos jogadores suplentes antes do término do jogo, uma decisão precipitada pela expulsão de Diego Costa, acusado de insultar o quarto árbitro, por Braúlio da Silva Machado, árbitro principal.
Jorge Kajuru, senador, solicitou a exibição de trechos da coletiva de imprensa de Portaluppi, onde este imputou a Jailson Macedo Freitas, presidente da comissão de arbitragem da Federação Baiana de Futebol, a responsabilidade pela expulsão.
“A gente tem que parar e pensar no futebol brasileiro até onde a CBF até onde o (Wilson) Seneme (presidente da Comissão de Arbitragem da CBF) quer que o campeonato ande naturalmente. Ou será que a gente tem que procurar dar mais atenção ao presidente do Botafogo pelas entrevistas dele? Uma pessoa que é presidente de arbitragem da federação baiana ao lado do 4º árbitro. Ele que apontou e mandou expulsar o Diego. Onde ele nem deveria estar.” Declarou Portaluppi após o jogo.
Romário questionou a possibilidade de interferência
Romário, senador e relator da CPI, questionou Avelar sobre a possibilidade de interferência de indivíduos não autorizados à margem do campo.
Avelar assegurou que Freitas estava autorizado como delegado do jogo e descartou qualquer ato ilícito.
“A pessoa em questão estava trabalhando como delegado de partida. Ao que me consta, não teve qualquer interferência externa. Inclusive, a CBF divulgou os áudios do VAR onde mostra que o 4º Arbitro, imediatamente após a ofensa verbal, ele comunica ao árbitro da partida o ocorrido. Eu desconheço qualquer interferência externa relacionada a esse delegado de partida, que estava dentro das suas atribuições normais, no posicionamento correto e devidamente credenciado para trabalhar na beira do campo”, afirmou Júlio Avelar.
Romário insistiu sobre a capacidade do delegado de influenciar na expulsão de jogadores, ao que Avelar reiterou a inexistência de tal interferência.
Arthur Lira Rejeita Pedido de Compartilhamento de Informações Sigilosas com CPI do Senado
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, recusou-se a fornecer dados confidenciais à CPI das Manipulações de Resultado e Apostas Esportivas do Senado, dados esses recebidos pela CPI das Apostas Esportivas no ano anterior. Lira justificou que a Câmara não está subordinada ao Senado e que não compete a uma CPI solicitar informações ao presidente da Câmara.
Lira enfatizou a responsabilidade da CPI anterior em preservar a confidencialidade dos documentos, que contêm razões individuais para o sigilo. Segundo ele, a divulgação desses dados violaria o sigilo imposto e poderia não cumprir o propósito da CPI.
Solicitação do PL à CBF por Dados de Árbitros e VAR
Carlos Portinho, líder do PL no Senado, requisitou à CBF um relatório detalhado dos árbitros designados para cada jogo do Campeonato Brasileiro de 2023, assim como as estatísticas das duplas árbitro-VAR que mais atuaram juntas.
O pedido, parte da CPI das Apostas, exige que Ednaldo Rodrigues apresente os resultados de cada partida envolvendo as três duplas de arbitragem mais frequentes e esclareça os critérios para a seleção das equipes de arbitragem e a mecânica dos sorteios.
“Ao solicitar à CBF detalhes sobre os critérios adotados para seleção e administração dos árbitros, o Senado não apenas reforça seu compromisso com a transparência e a responsabilidade, mas também visa a assegurar a lisura das práticas que influenciam diretamente milhões de torcedores e o próprio avanço do futebol no país”.
A iniciativa surgiu após a constatação de que Raphael Claus e Daiane Muniz foram escalados juntos em 11 das 38 rodadas do último Brasileirão, incluindo o clássico entre Botafogo e Flamengo, foco de atenção de John Textor. A CPI aprovou um convite para que ambos esclareçam a situação em uma sessão privada com os senadores.
Adiamento
A CPI das Apostas Esportivas adiou sua próxima sessão devido a um compromisso de Romário, que estará presente na Copa Master Fifa em Curaçao. A comissão retomará no dia 13, com o depoimento de Hélio Santos Menezes Júnior, diretor de Governança e Conformidade da CBF.